A Fisioterapia possui como um dos seus principais objetivos a prevenção, o tratamento e reabilitação de diversas disfunções musculoesqueléticas, neurológicas e cardiorrespiratórias, buscando garantir sempre os movimentos e funcionamento adequados do corpo humano. Diante disso, uma maneira de assegurar essas finalidades se dá por meio da utilização de recursos terapêuticos.
O que são Recursos Terapêuticos?
Os recursos terapêuticos são técnicas, métodos e equipamentos que os fisioterapeutas usam para ajudar a aliviar dores, melhorar a mobilidade, fortalecer os músculos e aumentar a amplitude de movimento. Segundo Starkey (2017), para ser um recurso é preciso gerar um estresse ao corpo para que assim seja desencadeada uma resposta fisiológica involuntária que estimulará um efeito terapêutico. Sendo assim, as ações sobre o corpo gerarão mudanças na fisiologia e em sua propriedade mecânica que estimularão respostas ao tratamento.
Essas ferramentas estão presentes em diferentes modalidades terapêuticas, pois existem variados tipos de energia, de transmissão de energia e a forma que estas afetam os tecidos biológicos (PRENTICE, 2014). Dentre os exemplos mais importantes dos agentes terapêuticos podemos citar a energia eletromagnética, energia térmica, energia elétrica, energia sonora e energia mecânica.
Quais são os principais tipos de Recursos Terapêuticos?
- Crioterapia
Essa intervenção terapêutica utiliza o frio como terapia, a partir de um intervalo de temperatura entre 5°C a 15°C, em virtude da energia térmica. Embora o resultado mais observado seja o resfriamento do local, o principal benefício da utilização da crioterapia é a diminuição da velocidade do metabolismo celular, sendo assim, os processos químicos do corpo tendem a ficarem lentos devido a alteração na temperatura (STARKEY, 2017).
Portanto, os efeitos gerados além da diminuição do metabolismo celular, são a redução da dor (condução nervosa sofre queda de velocidade), baixo fluxo sanguíneo (há vasoconstrição local), diminuição do espasmo muscular (inibição na atividade do fuso muscular) e aumento da rigidez tecidual (baixa elasticidade do tecido conjuntivo).
Cabe ainda destacar que a aplicação desse recurso pode ser realizada a partir do uso de bolsas de gelo, spray de resfriamento, criomassagem, imersão em água gelada, dentre outras técnicas.
- Eletroterapia
A modalidade em questão engloba o uso de diferentes correntes elétricas controladas, que quando combinadas à outras intervenções e exercícios de reabilitação, desempenham bom papel terapêutico. Os estímulos elétricos são aplicados sobre a pele por meio de eletrodos posicionados estrategicamente, dependendo da finalidade do tratamento. Existem diversas aplicações clínicas, principalmente no controle da dor, fortalecimento muscular e aceleração da recuperação de tecidos lesionados.
Dentre as variadas aplicabilidades da eletroterapia, se destacam a Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea (TENS) muito usada para alívio de dor, a Estimulação Elétrica Funcional (FES) promovendo ativação muscular, Microcorrentes (MENS) aplicadas para cicatrização tecidual, entre outras.
- Ultrassom Terapêutico
́Por sua vez, é uma modalidade acústica que utiliza energia mecânica, sendo um método que produz aquecimento profundo. Esse recurso é um agente que penetra profundamente por meio de ondas sonoras de alta frequência produzindo microaquecimentos nos tecidos para tratar problemas musculoesqueléticos. Seus efeitos incluem estimulação da regeneração tecidual, aumento da circulação local, redução da rigidez e dor, além de reabsorção de edemas (STARKEY, 2017).
A importância da integração entre os Recursos Terapêuticos na Fisioterapia
Atualmente na fisioterapia, não basta só escolher uma técnica que funcione bem. O mais importante é entender que agregar diferentes estratégias de tratamento de forma inteligente, gerará melhores resultados. Essa combinação de recursos ajuda a tratar o paciente de maneira mais completa, considerando que o corpo humano é complexo e cada pessoa é única, ou seja, o ser humano possui um sistema interligado e um fator pode alterar outro fator, que prejudicará todo o funcionamento corporal. Além disso, o paciente pode estar em diferentes fases de recuperação durante o tratamento, sendo necessárias atenções e intervenções específicas para cada momento.
Portanto, mais importante do que a utilização do recurso sozinho, é a forma como o fisioterapeuta planeja, combina e adapta os métodos ao longo do tratamento.
Blog Desenvolvido pela Discente Jaqueline Brassolati Lanza
Referências Bibliográficas:
PRENTICE, William E. Modalidades Terapêuticas para Fisioterapeutas. 4. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788580552720/pageid/2. Acesso em: 24 maio 2025.
STARKEY, Chad. Recursos Terapêuticos em Fisioterapia. 4. ed. São Paulo: Manole, 2017. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788520454435/pageid/5. Acesso em: 22 maio 2025.
