Dentre os países com o maior índice de pessoas com o diabetes mellitus (DM) o Brasil está em quarto lugar no ranking. Há uma estimativa de que há 26 milhões de pessoas na américa central e américa do sul que possuem a DM. É um dado preocupante, principalmente, quando analisamos que entre as classificações de tipos de diabetes as etiologias (causas) são diferentes e uma delas é motivada por hábitos de vida não recomendados. Os tipos mais comuns dessa disfunção metabólica são a DM tipo 1 e a DM tipo 2.
A DM tipo 1 é caracterizada por um quadro de hipoglicemia em que o organismo não faz a regulação fisiológica dos níveis ideais de insulina, é mais frequente em crianças e adolescentes. A DM tipo 2 está associada ao estilo de vida do indivíduo tendo como principais fatores de risco a obesidade e o sedentarismo. Essa classe de disfunção é caracterizada pela resistência ou deficiência de insulina. Uma complicação crônica frequente da diabetes mellitus tipo 1 e 2, é a neuropatia diabética (ND). Essa é definida como um conjunto de sintomas ou sinais de disfunção dos nervos periféricos. Esses sintomas levam a respostas neuromusculares anormais relacionadas à disfunção postural, que conduzem a mudanças no equilíbrio dinâmico e estático.
De acordo com a hipótese metabólica, o principal fator patogênico da ND parece ser a hiperglicemia, pois a glicose entra em níveis elevados nos nervos periféricos e é convertida em sorbitol, reduzindo o transporte de vários metabólitos. Depois que o mecanismo regulatório intracelular é alterado, a estrutura do nervo muda e a velocidade de condução nervosa diminui.
Os sintomas da neuropatia diabética são: ausência ou diminuição da sensibilidade dolorosa, da percepção de pressões e alterações de temperatura, além de comprometimentos na pele. Assim, estes indivíduos apresentam um maior potencial para o surgimento de úlceras nos pés. Também pode afetar a perda de equilíbrio, propriocepção e, portanto, afetar as mudanças no padrão fisiológico da marcha devido à redução da sensibilidade plantar. Essa doença pode afetar também os aspectos físicos, emocionais e sociais dos indivíduos, levando a um declínio significativo em sua qualidade de vida.
Tendo em vista o comprometimento do movimento, sensação e função causado por esta doença, o papel da fisioterapia mostra-se muito importante no sentido de proporcionar um melhor tratamento a esses pacientes, a fim de prevenir e restaurar as alterações físicas e sensoriais de forma singular. Entre as diversas abordagens da fisioterapia temos a prevenção do aparecimentos de úlceras que podem evoluir para uma necrose e possível amputação do membro, tratamento para os pacientes que já desenvolveram a úlcera, trabalho para melhora da propriocepção, equilíbrio e manutenção da coordenação motora do paciente, além de atuar na redução/extinção da dor sentida pelo indivíduo acometido pela neuropatia diabéticas através de métodos físicos como o laser, corrente elétrica e ultrassom e também exercícios. Alguns estudos sugerem a acupuntura como um método adicional ao tratamento muito eficiente, trazendo melhora dos sintomas em poucas semanas. Tem um efeito muito benéfico principalmente para as funções sensoriais de percepção de dor e motoras.
Dessa forma, fica evidente, a gama de benefícios que a fisioterapia pode trazer para a vida do paciente acometido pela neuropatia diabética. Vai muito além de apenas tirar a dor do paciente, mas também trazer uma melhora da sua qualidade de vida também.
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Blog desenvolvido pela discente de Fisioterapia Beatriz Lacerda.
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