Benefícios da fisioterapia na reabilitação pós-operatória:
O período pós-operatório é uma fase crucial na recuperação de pacientes submetidos a cirurgias, onde o cuidado específico é essencial para garantir uma reabilitação eficaz. Nesse contexto, o fisioterapeuta exerce um papel fundamental, contribuindo para a reestruturação muscular que garante mais qualidade de vida ao paciente. Além disso, esse momento é reservado para o controle de possíveis reações adversas ao procedimento cirúrgico, e promoção da adesão do paciente ao plano de tratamento proposto.
O pós-operatório em Cirurgias Toracoabdominais:
Em cirurgias toracoabdominais, por exemplo, o pós-operatório pode resultar na redução dos volumes e capacidades pulmonares, além de quadros de disfunções neuromusculares e síndromes restritivas, como afecções pleurais e desvios posturais. A função pulmonar também pode ser comprometida devido a fatores como anestesia geral, esternotomia mediana e disfunção diafragmática. A fisioterapia visa minimizar o edema e acelerar a recuperação por meio de técnicas de reeducação respiratória, orientação postural, manejo da dor, exercícios para melhorar a circulação sanguínea, mobilizações, massagens e orientações sobre atividades cotidianas, conforme defendem Carvalho, Lima e Brito (2014).
Pós-operatório de cirurgia cardíaca pediátrica:
De acordo com Cavenaghi et al. (2009), a fisioterapia desempenha um papel crucial no pós-operatório de cirurgias cardíacas pediátricas, contribuindo para melhorar os resultados dos pacientes. As cardiopatias congênitas afetam cerca de 8 a 10 crianças a cada 1000 nascidos vivos, e frequentemente resultam em complicações respiratórias. A fisioterapia visa trabalhar a função respiratória e prevenir complicações, utilizando técnicas como vibração na parede torácica, percussão, compressão, entre outras, que são comuns na fisioterapia respiratória para melhorar a função pulmonar e prevenir complicações respiratórias.
O pós-operatório em Artroplastia Total do Quadril:
Em procedimentos de artroplastia total do quadril, provenientes de quadros de osteoartrite que não obtiveram resultados eficazes com o tratamento conservador, a fisioterapia é crucial para restabelecer a funcionalidade dos pacientes. Pesquisas indicam que pacientes que realizam intervenções fisioterápicas apresentam taxas de recuperação e melhora de vida superiores às que não realizam.Segundo BUDIB et al. (2020), a fisioterapia melhora os resultados funcionais de pacientes submetidos a esta intervenção cirúrgica através abordagens inspiradas em atividades diárias, exercícios dinâmicos e isométricos, além de equilíbrio. Além disso, a supervisão de um fisioterapeuta durante os exercícios foi associada a ganhos da força de abdução, provavelmente porque o fisioterapeuta pode otimizar a velocidade de execução, os intervalos de descanso e a carga de exercícios, tornando o treinamento mais eficaz.
Plano de Intervenção Personalizado:
O plano de intervenção deve ser personalizado, considerando cuidados como o posicionamento adequado no leito para evitar posturas viciosas e compressão em extremidades ósseas, que podem causar isquemia. Além disso, o controle do edema com drenagem manual ajuda a evitar o aumento da pressão articular, inibindo a função das articulações.O manejo da dor também é vital, pois resulta em maior adesão do paciente ao tratamento, favorecendo uma escuta qualificada através de questionários para melhor interpretação do quadro clínico. Exercícios respiratórios são incentivados para promover a expansibilidade torácica, inibir o acúmulo de secreção e otimizar a ação diafragmática.
Conclusão:
A presença do fisioterapeuta no pós-operatório apresenta importantes prognósticos físicos e funcionais. A fisioterapia não apenas acelera a recuperação, mas também melhora a qualidade de vida dos pacientes, tornando-se uma ferramenta essencial na reabilitação pós-operatória. Sua inclusão no plano de tratamento é fundamental para garantir uma recuperação eficaz, além de prevenir complicações futuras e promover a independência dos pacientes.
Referências Bibliográficas:
BARBOSA, Rafael I.; SILVA, Marcelo F. Fisioterapia traumato-ortopédica. Porto Alegre: ArtMed, 2021. E-book. p. 75. ISBN 9786581335274. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9786581335274/. Acesso em: 10 abr. 2025.
CARVALHO, Valéria Conceição Passos de; LIMA, Ana Karolina Pontes de; BRITO, Cristiana Maria Macedo D. Fundamentos da fisioterapia. Rio de Janeiro: MedBook Editora, 2014. E-book. p. 170. ISBN 9786557830550. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9786557830550/. Acesso em: 10 abr. 2025.
PINHEIRO, Gisele. Introdução à Fisioterapia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. E-book. p. 106. ISBN 978-85-277-2017-5. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/978-85-277-2017-5/. Acesso em: 10 abr. 2025.
BUDIB, M. B. et al. Influência da reabilitação física sobre aspectos funcionais em indivíduos submetidos à artroplastia total de quadril: uma revisão sistemática. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, v. 23, n. 2, p. e190252, 2020.
CAVENAGHI, S. et al. Importância da fisioterapia no pré e pós-operatório de cirurgia cardíaca pediátrica. Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery, v. 24, n. 3, p. 397–400, jul. 2009.
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