A dor é considerada como uma experiência extremamente subjetiva e pessoal, diversificando-se na qualidade e na intensidade sensorial, sendo afetada por variáveis afetivo-motivacionais. Ela é uma das principais causas do sofrimento humano, compromete a qualidade de vida e causa inúmeras repercussões psicológicas, físicas e econômicas. Aproximadamente 80% da procura das pessoas pelos serviços de saúde são motivadas pela dor. A dor crônica (considerada persistente) acomete 30 a 40% dos brasileiros e constitui a principal causa de ausências no trabalho, aposentadorias por doença, indenizações trabalhistas e baixa produtividade.
Você sente dores no seu dia a dia de trabalho?
Dores relacionadas à tensão muscular e nas articulações estão cada vez mais frequentes na população brasileira. Uma pesquisa desenvolvida pela UFMG, Fiocruz e Unicamp que pretendia descobrir como a pandemia afetou a vida dos brasileiros, identificou que 41% das pessoas sentem dores na coluna. Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde realizada pelo IBGE em 2013, esse número era de 18,5%. O aumento na ansiedade e o estado de ânimo pior, juntamente com a redução drástica de atividade física e longos períodos em frente às telas, podem estar associados ao crescimento desses índices.
Até que ponto sua dor é normal?
A dor tem seu papel de proteção, é o que impede que se caminhe após torcer o pé, o que evita que se deixe a mão sobre o fogo por muito tempo. No entanto, quando esse desconforto acontece com frequência, muitos pacientes acabam se acostumando e aprendem a conviver com o problema. Assim, a dor é considerada um acontecimento “normal”, mas o natural é não sentir dor. Isso revela um dos maiores problemas da sociedade com relação à dor. Apesar de ser comum, não deve ser negligenciada, quando prolongada ou repetida. Esta deve ser tratada como alerta e não apenas como um incômodo habitual.
Subjetividade da dor
Como citado anteriormente, a dor é qualitativa, com isso, cada indivíduo tem um limiar de dor, o que pode ser uma dor insuportável para um, para o outro, pode não ser nada. Assim, é muito importante observar quando a dor surge e qual a intensidade da mesma, pois ela, muita das vezes, é um sinal do seu corpo de que algo não está certo.
Dores relacionadas ao trabalho
A partir das denominadas revoluções industriais e com a ascensão do capitalismo, o mundo passou a priorizar o dinheiro e o mercado em detrimento de valores humanos essenciais. Nesse sentido, a saúde dos empregados acabou ficando de lado durante um bom período da história. Assim, surgiram algumas doenças nos trabalhadores devido a negligência das empresas, como:
LER (Lesão por Esforço Repetitivo) – É uma síndrome constituída por um compilado de doenças – tendinite, tenossinovite, bursite, epicondilite, síndrome do túnel do carpo, dedo em gatilho, síndrome do desfiladeiro torácico, síndrome do pronador redondo, mialgias –, que afeta músculos, nervos e tendões principalmente dos membros superiores. Esse distúrbio provoca dor e inflamação e pode alterar a capacidade funcional da região comprometida.
DORT (Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho) – É causada por mecanismos de agressão, que vão desde esforços repetidos continuadamente ou que exigem muita força na sua execução, até vibração, postura inadequada e estresse. Existem profissionais expostos a maior risco: pessoas que trabalham com computadores, em linhas de montagem e de produção ou operam britadeiras, assim como digitadores, músicos, esportistas, pessoas que fazem trabalhos manuais.
Lombalgia é a denominação que se dá à chamada “dor nas costas”. Estima-se que 65 a 80% das pessoas já tenham vivenciado pelo menos um episódio de dor lombar ao longo da vida.
É necessário, portanto, destacar que na maioria das vezes, sentir dor não é normal, quando ela surgir é necessário identificar sua causa e tratá-la da melhor maneira possível.
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Trabalho desenvolvido pelos discentes de Fisioterapia: Mateus Barros e Samara Sousa
Referências
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