Introdução – Contexto histórico
A interação entre trabalho e saúde é uma narrativa que se desenvolve ao longo da história,
marcada por eventos significativos que moldaram nossas percepções e práticas em relação
às condições laborais. Para compreendê-la, é essencial revisitar os marcos que
impulsionaram e continuam a influenciar a melhoria das condições de trabalho
contemporâneas.
No final do século XVII e início do século XVIII, o médico italiano Bernardino Ramazzini
surgiu como uma figura proeminente ao escrever um tratado sobre doenças ocupacionais.
Em suas obras, ele enfatizou a importância de uma anamnese clínica específica para o
ambiente de trabalho, destacando a necessidade de prevenir doenças relacionadas ao
trabalho por meio da identificação e riscos ocupacionais.
No entanto, foi apenas no século XIX, que Friedrich Engels, refutou a relação entre as
condições de trabalho e as condições de vida. Engels argumentou que as condições de
trabalho precárias não só afetam a saúde dos trabalhadores individualmente, mas também
influenciavam de forma significativa a saúde e o bem-estar da sociedade como um todo.
À medida que o século XX avançava, esse conhecimento começou a ganhar maior
visibilidade e aceitação, impulsionado pelo progresso científico na medicina, pela
conscientização pública e pelo desenvolvimento de campos especializados, como a
engenharia de segurança e higiene do trabalho. Durante essa época, foram evidenciados os
avanços significativos na compreensão das condições de trabalho e na implementação de
políticas e práticas destinadas a proteger a saúde e a segurança dos trabalhadores.
A Fisioterapia na saúde do trabalhador
A Fisioterapia é uma ciência que trata e precave os distúrbios cinético-funcionais, ou seja, o
desempenho do movimento humano, utilizando técnicas terapêuticas que visam melhorar e
restaurar o bem-estar físico e fisiológico dos indivíduos, entre eles, os trabalhadores, que
envolvem cerca de 57% da população brasileira em idade de trabalhar, de acordo com o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no ano de 2022, onde o trabalho já é
considerado um fator intrínseco ao processo saúde-doença.
Dessa forma, a Fisioterapia e a Ergonomia estão se tornando cada vez mais relevantes no
contexto da saúde do trabalhador. O Fisioterapeuta dentro das empresas promove a
conscientização, visto que incentiva a prática de reeducação postural, aumento do
desempenho, melhora do relacionamento interpessoal e, por consequência, economia para
a mesma.
Indivíduos que realizam movimentos repetitivos, manejam objetos pesados exigindo grande
gasto físico ou que permanecem muito tempo na mesma posição com limitação de
movimentos, possuem grande risco de comprometimento da saúde. Logo, aplicando a
Ergonomia, o profissional pode identificar as adversidades do ambiente que influenciam na
saúde dos funcionários e oferecer intervenções com intuito de prevenir ou solucionar esses
desafios.
Como é a atuação da Ligamento na Ergonomia?
A Ligamento, Empresa Júnior de Fisioterapia da Universidade Federal do Triângulo Mineiro
(UFTM), possui em sua carta de serviços o contexto de Ergonomia, onde a atenção à saúde
do trabalhador é focada na prevenção de doenças ocupacionais causadas pelas suas
condições de trabalho.
A prática da Ginástica Laboral consiste em exercícios simples de curta duração que
envolvem técnicas de respiração, alongamento, relaxamento e melhora da propriocepção
que tem o potencial de contribuir para o alívio de tensões, correção de postura e prevenção
de lesões musculares e articulares, aliviando sintomas decorrentes de ambientes cujo ofício
demanda altos níveis de estresse.
Dessarte, este recurso é capaz de elevar a disposição física e mental ao longo da jornada
de trabalho, enquanto a chance de afastamentos por danos à saúde do trabalhador
decresce. Sendo assim, torna-se essencial a implementação de uma rotina de exercícios
orientados por profissionais habilitados nesse tipo de atividade, afim de atender às
necessidades individuais de cada instituição, com objetivo de promover qualidade de vida
entre os colaboradores e, consequentemente, aumentar a motivação e a produtividade.
Blog desenvolvido pelas Discentes Iasmim Carvalho e Maria Julia Resende.
Referências:
1. SANTANA, Vilma Sousa. Saúde do trabalhador no Brasil: pesquisa na pós-graduação. Revista de
Saúde Pública, v. 40, p. 101-111, 2006.
2. DE WALSH, Isabel Aparecida Porcatti et al. Fisioterapia e saúde do trabalhador no brasil. Cadernos
de educação, saúde e fisioterapia, v. 5, n. 9, p. 69-80, 2018.
3. DUARTE, Amanda Carlos Ferreira et al. Saúde do trabalhador: colaboração de um programa
preventivo de fisioterapia. Revista Interdisciplinar em Saúde, p. 16-25, 2015.
BARBOSA, Rita de Cássia Teixeira. Fisioterapia do trabalho: atuação do fisioterapeuta como
ergonomista. Revista Visão Universitária, v. 1, n. 1, 2016.